E o mês de Julho repete-se com o seu calor tórrido.
Nestas longas tardes o pensamento espraia-se e a vontade de sair de mim é quase insuportável. Talvez fosse boa ideia vestir uma roupa larga e clara, calçar uns ténis e correr por aí. Mas não me apetece bater a calçada de ruas que conheço de olhos fechados e que me são antipáticas, ouvir o murmurar deste vento através das folhas das árvores que já nem contemplo por me parecerem sem vida. Amá-las é como que uma traição às minhas árvores e à canção do vento que é única na minha terra natal. Ás vezes dou por mim a viajar e a repousar nos seus braços até quase conseguir agarrar o suave murmurar das searas e sentir o aroma do Estio que faz estalar a terra. Uma terra que pulsa porque tem coração. Um coração que bate em compasso com o meu e me dá paz apesar da sede. É uma terra dura e clara mas também vermelha e solta dependendo dos lugares mas o que interessa é que tem voz. E é essa voz que se ergue e chama por mim.