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publicado por berenice, em 12.03.11 às 09:16link do post | favorito

    Fascinam - me os relógios na contagem interminável do tempo. Fazem-me lembrar viajantes solitários que pacientemente percorrem caminhos que sabem não ter fim e, por essa razão, não têm pressa. Vão aspirando tranquilamente o perfume das flores silvestres e mantêm o mesmo ritmo no passo ainda que a noite chegue sussurrando revelações. No seu cantil a água renova-se e, no alforge, o pão renasce.

  Nada me acalma mais do que o tic - tac de um relógio no silêncio de uma casa ou, então, as badaladas de um sino derramadas ao meio -  dia sobre uma aldeia dormente de sol.

  Têm magia, os relógios.

  No meu quarto coloquei dois, exactamente iguais, um em cada uma das mesas de cabeceira. Marcam, naturalmente, o compasso exactamente ao mesmo tempo e proporcionam-me uma simetria e um equilíbrio que me faz bem à alma.


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